A pandemia veio trazer uma maior consciência de que é preciso estudar mais
24 Aug 2020
Há mais 11 384 candidaturas ao ensino superior, o número mais alto em 25 anos, que é explicado, diz o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, porque "há certamente uma consciência crescente de que as qualificações superiores são um passaporte para a empregabilidade".
Após uma reunião à porta fechada com o reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira, Manuel Heitor lembrou que "o salário médio dos que têm um grau de ensino superior é o dobro dos que não têm" e reforçou a confiança que os estudantes estão a depositar nas instituições de ensino.
"Tipicamente, nos anos passados, têm acabado o ensino secundário em Portugal cerca de 100 mil estudantes, dos quais 70% prossegue os estudos no ensino superior e cerca de 30% vai trabalhar, sobretudo em mercados de baixas qualificações muito associados à restauração e à hotelaria", explica o ministro, que acredita que o ano marcado pela pandemia provocada pelo novo coronavírus "veio trazer uma maior consciência de que é preciso estudar mais".
"Este número está associado a uma redução dos mercados de trabalho de baixas qualificações", acredita Manuel Heitor, com uma certa influência da permanência em Portugal do número de estudantes que tipicamente sairia do país para estudar fora, pondo de lado a hipótese de algum facilitismo nos exames nacionais que poderiam explicar, em parte, a subida generalizada das notas dos exames nacionais e a maior procura pelo ensino superior.
O ministro, que reforçou o decréscimo de 20% nas propinas do próximo ano letivo, ainda reafirmou esforços para "tentar que todos possam prosseguir os estudos".